terça-feira

Narrando o frenesi

Dorso longo, pernas curtas. Suor escorrendo pelo corpo, energizando correntes sanguíneas. Quente pra rachar a quenga do coco. Cataliso todas as formas que o tesão assumir. Solto e envernizado, tá livre.

Existem mil papéis que podemos carnavalizar. 

Fisgar o momento, congelá-lo na memória afetiva. Esquentar a consciência para alterá-la. Almejar a imensidão do infinito de possibilidades de prazer. Sem preás culpados. Estragando todo roteiro masculino de ejaculação. Dominando e sendo dominadx, fragilizando o instante, fortalecendo com gana. Desejo derretendo na pele. Sofisticando desejos nas palavras. Sussurrando fantasias ao pé do ouvido. Ensurdecendo a razão e o pudor. Tempestades das ideias traduzidas na ousadia dos toques. Ninguém precisa de proteção nessa hora.

Salto no abismo.

Caio no êxtase do desequilíbrio. Estremeço com turbilhões de sentimentos. Atrito das bocas. Liquidez do tempo. Encontro e perdição. Molhados corpos. Sentidos deslizantes. Troca de olhares. Fixação no olhar que se oferece. Ritmo e frenesi nos movimentos. Úmido calor entre as pernas. Mãos que se atropelam. Bravas mãos a percorrer a carne. Carinhos suingados. Respiração intensamente louca. Lambidas dão lugar a certeiras mordidas. Explode imaginação na quebra dos tabus.

Selvagens dedos sobre os pelos. Procuram alucinar e provocar devaneios. Explora esse corpo ardente que implora que o devore. Se atreve a subverter as velhas sequências. Sempre levaram a sensações familiares. Sai e entra pelas diversas portas da percepção.


Brinca nas fronteiras do desejo.


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